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  • Foto do escritorFelipe Vidal

Revolução Mexicana

Atualizado: 12 de ago. de 2023


Mural O Arsenal (1928), de Diego Rivera
Mural "O Arsenal" (1928), de Diego Rivera

Iniciada em 1910, a Revolução Mexicana possuía caráter popular, ainda que o povo tenha empunhado armas para lutar por suas pautas e ocasionalmente tenha ganho caráter paramilitar. As principais reivindicações consistiam na realização de uma reforma agrária, reestruturação do sistema eleitoral e nacionalização das multinacionais advindas do vizinho do norte. Todos esses pontos eram bastante contrários ao pensamento político do ditador vigente, o militar Porfirio Díaz.


O ambiente que havia se criado no país ao longo do extenso período ditatorial, chamado de Porfiriato, propiciou a reunião de militantes socialistas, anarquistas, liberais e dissidentes do governo em geral, especialmente trabalhadores rurais e descendentes dos povos originários. A desigualdade social havia se agravado com a crise econômica de 1907 e com a entrada em vigor de legislação que facilitava anexação de terras por parte de grandes latifundiários.


No ano de 1910, ocorre a primeira movimentação do longo processo, quando o candidato derrotado em uma nova reeleição fraudulenta de Porfirio Díaz se revolta com o resultado e resolve provocar uma movimentação no cenário político. Ao receber promessas de uma reforma agrária, largo apoio popular é dado a Francisco Madero, por muitos ainda chamado de pai da Revolução Mexicana.


As figuras de Emiliano Zapata e Pancho Villa entram em cena através do suporte de seus exércitos revolucionários ao movimento recém iniciado. Uma vez deposto o Porfiriato, Francisco Madero assume o cargo que reivindicava, porém não cumpre sua promessa de reforma agrária, gerando novo rompimento com Zapata.


Agora isolado, Madero sofre com a dissidência tanto dos revolucionários zapatistas quanto dos conservadores afastados do poder. Os últimos conseguem articular um golpe de Estado em 1913, assassinando o então presidente Francisco Madero e seu vice.


Uma nova coalizão se forma quando Venustiano Carranza, importante liderança do norte mexicano, mobiliza seus homens para apoiar Zapata contra os conservadores, que novamente ganhavam força. Esta união é fragilizada pelas graves discordâncias entre ambos, porém, em 1914, com o apoio de fuzileiros navais dos EUA no porto de Veracruz, Pancho Villa e Emiliano Zapata tomam o Palácio do Governo, colocando Carranza no cargo de presidente.


Mural O Sangue dos Mártires da Revolução Fertilizando a Terra (1927), de Diego Rivera
Mural "O Sangue dos Mártires da Revolução Fertilizando a Terra" (1927), de Diego Rivera

Em 1917, é promulgada a Constituição mexicana vigente até hoje, porém, como era de se esperar, as reformas proposas por Carranza não bastaram para Zapata, que novamente assume o papel de oposição armada. Com o assassinato de Zapata, em 1919, o processo revolucionário perde força e a situação política do país volta a ser resolvida entre as cúpulas de poder vigente.


No entanto, a atuação de Zapata deixou um legado que vem inspirando seguidores até hoje, sendo o Exército Zapatista de Libertação Nacional a mais proeminente concentração deles.

 

Para saber mais:


- Livro A Revolução Mexicana, de Carlos Alberto Sampaio Barbosa, publicado pela Editora Unesp;


- Livro História da América Latina, de Maria Ligia Prado e Gabriela Pellegrino, publicado pela Editora Contexto;


- Livro A Revolução Mexicana, de Mariza de Carvalho Soares, publicado pela Editora FTD;


- Livro Emiliano Zapata: A Vida e o Legado do Icônico Líder da Revolução Mexicana, de Gustavo Vazquez Lozano, publicado em formato eBook pela Charles River Editors;


- Livro Os Mexicanos, de Sergio Florencio, publicado pela Editora Contexto.

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