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  • Foto do escritorLahana Contarini

O povo Minangkabau: cultura e matrilinearidade

Atualizado: 10 de ago. de 2023

Localizada majoritariamente na costa oeste da ilha de Sumatra, Indonésia, o grupo étnico Minangkabau é a maior sociedade matrilinear do mundo. Existem algumas teorias para o nome desse povo e uma das mais conhecidas é a história de uma disputa territorial antiga entre o povo que passou a ser chamado Minangkabau e os javaneses.


Para determinar o fim da briga, os povos concordaram em realizar uma luta entre búfalos de sua escolha. Enquanto os javaneses trouxeram um búfalo robusto, o que representou os Minangkabau era um filhote faminto, mas que teve seus chifres afiados e, quando foi solto, correu em direção ao búfalo robusto em busca do leite e acabou dilacerando a barriga do animal, ganhando a disputa.


Até os dias de hoje o búfalo é uma grande presença na cultura, história e arquitetura Minangkabau, o que pode ser visto nos telhados de suas casas que lembram seus chifres, assim como os adornos de cabeça usados pelas mulheres.


Dentro da maior nação islâmica do mundo, o povo Minangkabau também é devoto a esta religião e seu tradicionalismo, mas seguem também as leis consuetudinárias (advindas do costume) Adat Perpatih (ou Lareh Bodi Caniago), que tratam de questões do matrimônio e da propriedade, garantindo a matrilinearidade.


A matrilinearidade Minangkabau, não significa dizer que vivem em um matriarcado, ou seja, uma sociedade organizada a partir da posição central da mulher dentro da família e da comunidade nos âmbitos políticos, econômicos e sociais, apesar do matriarcado também englobar a matrilinearidade.


Essa característica, com o suku (unidade de linhagem feminina), significa que a passagem de herança, desde propriedades e terras até o sobrenome, acontece de mãe para filha e não de pai para filho. Isso garante, junto ao Adat Perpatih, que a mulher tenha sempre um local para voltar e respaldo durante sua vida, caso, por exemplo, haja um divórcio.


Nessas famílias matrilineares, os homens são introduzidos às famílias das mulheres, indo morar em suas casas após o casamento e perdendo o direito de morar nelas caso ocorra um divórcio. Ademais, os pais biológicos não são os guardiões da criança que geram, mas sim os tios maternos, conhecidos como “mamak”. Além disso, é costume os homens migrarem em busca de conhecimento, experiência e sucesso antes de retornarem para utilizá-los em prol da comunidade.


Assim, o povo Minangkabau é matrilinear e patriarcal, uma vez que enquanto a herança e nome é passada entre as mulheres, assuntos políticos e religiosos ficam mais à cargo dos homens, apesar das mulheres também participarem.

 

Para saber mais:


Foto 1: Wikipedia

Foto 2: Mmstudies

Foto 3: Thespicerouteends

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