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  • Foto do escritorFelipe Vidal

O Eternauta

Atualizado: 11 de ago. de 2023

O clássico dos quadrinhos argentinos, de autoria do mestre Héctor Germán Oesterheld com arte de Francisco Solano López, marcou época não só em seu segmento como na história política da região. Publicada originalmente de maneira serializada entre 1957 e 1959, na revista Hora Cero, a obra conta com algumas continuações — oficiais e extra-oficiais — e muitas reedições de sucesso até hoje. O maior exemplo disso foi a recente publicação da historieta nos EUA, em 2015, que recebeu até mesmo o prestigiado Prêmio Eisner, o maior importante da indústria.


O Eternauta, protagonista da antologia

A história gira em torno de uma invasão alienígena à Terra, através de uma neve tóxica que é capaz de matar qualquer ser vivo pelo simples toque de um floco na pele. A maior parte da população é aniquilada e o autor nos apresenta um pequeno grupo de resistência em Buenos Aires. Através de uma refinada metalinguagem, o próprio Oesterheld se coloca como o personagem que ouve os relatos de Juan Salvo, o Eternauta.


Apesar do inicial tom ficcional, Oesterheld sempre foi um homem de posicionamento político muito firme e, com o avançar dos regimes repressores pelo continente, decide tornar menos subliminar a mensagem de sua obra. Já perseguido pela ditadura militar de seu país, o roteirista escreveu O Eternauta 1969, dessa vez em parceria com o uruguaio Alberto Breccia. O remake ganha tons surreais no traço e um ar político mais acentuado, pelo fato do autor ter julgado necessário se posicionar de maneira mais firme naquele momento.


Trecho de "O Eternauta", com arte de Solano López e roteiro de Oesterheld

Por fim, em 1976, O Eternauta II foi a última produção de Oesterheld antes de ser sequestrado pelo regime militar e dado como desaparecido até hoje. Finalizada por Solano López, o ilustrador, o quadrinho segue a história imediatamente após o fim da primeira versão. Nenhuma das outras sequencias teve a participação do roteirista original e nem possui publicação no Brasil, mas nem por isso deixam de ser relevantes aos seus contextos históricos.

 

Título: O Eternauta (Original: El Eternauta)

Autoria: Hector G. Oesterheld, Francisco Solano López (Tradução: Magda Lopes, Paulo Lopes)

Editora: Martins Fontes

Sinopse: Todo o mundo sabe que em Buenos Aires quase nunca neva, e que, quando isso ocorre, é porque algo anormal pode estar acontecendo, até mesmo uma catástrofe. Mas essa catástrofe poderia chegar ao ponto de anunciar uma praga mundial? Uma tragédia cuja causa evidente se desconhece? Um evento que mudará o destino da humanidade? E, pior de tudo, um horror sem um rosto definido contra o qual se deve lutar? Em O Eternauta, o grande clássico argentino de ficção científica e aventura, Héctor G. Oesterheld e Francisco Solano López reinventam o mito de Robinson Crusoé e criam um universo que nunca poderá ser esquecido.


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Título: O Eternauta II (Original: El Eternauta II - Segunda Parte)

Autoria: Hector G. Oesterheld, Francisco Solano López (Tradução: Magda Lopes, Paulo Lopes)

Editora: Martins Fontes

Sinopse: A cidade, devastada. Os poucos sobreviventes, isolados e subjugados. A invasão alienígena dos ELES havia triunfado. Triunfado? Viajando no tempo, de 1959 até o futuro pós-apocalíptico de Buenos Aires, o Eternauta e Germán voltarão a se colocar à frente da resistência armada, dispostos a oferecer a vida caso seja necessário. Mas os tempos, dentro e fora dos quadrinhos, mudaram desproporcionalmente. O golpe de Estado de 24 de março de 1976 deu início à noite mais longa e escura da Argentina contemporânea — e O Eternauta II se converteu em metáfora crua e violenta, sentida homenagem ao sangue derramado de milhares de militantes da organização Montoneros e de outros grupos de esquerda torturados e assassinados, vítimas da Triple A e da Junta Militar.


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Título: O Eternauta 1969 (Original: El Eternauta 1969)

Autoria: Hector G. Oesterheld, Alberto Breccia (Tradução: Thiago Ferreira)

Editora: Comix Zone

Sinopse: Dez anos depois, em 1969, à convite da revista Gente, Oesterheld se debruça novamente sobre seu magnum opus e nos oferece um remake abrangente. Os desenhos desta nova versão ficam a cargo do uruguaio Alberto Breccia, com quem Oesterheld havia colaborado em outras obras, como Mort Cinder e Sherlock Time. O autor não apenas muda a história em detalhes, dando a ela um tom político mais acentuado, como o estilo surreal de colagem de Alberto Breccia cria um mundo totalmente novo, mais sombrio e distópico. O Eternauta 1969 não é apenas uma grande obra de ficção científica, é um documento contemporâneo de alta tensão da esquerda argentina do final dos anos 1960, finalmente publicado no Brasil pela editora Comix Zone.


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