Comemorando o centenário de Albert Camus, em 2013, o ilustrador argelino Jacques Ferrandez lançou uma adaptação para os quadrinhos de sua mais clássica obra. Apesar de releituras receberem frequentemente um pé atrás dos leitores, o lançamento entrou rápido para listas de mais vendidos e se tornou incontestável.
Talvez o principal fator que tenha colaborado para o sucesso seja o fato de Ferrandez ser especialista na temática da Argélia colonial, consequentemente também sobre Camus, e ter vivido por muitos anos na mesma rua que o autor, deixando transparecer essa empatia na estética adotada.
O Estrangeiro poderia ser encaixado em diversos estilos literários, mas certamente não pode ser considerado apenas um romance ficcional onde tudo se passa em um universo advindo da imaginação do autor. Além de ser ambientada na Argélia real, a obra pretende levantar reflexões profundas sobre a condição humana, como seres inseridos em uma sociedade controversa em vários sentidos. Não poderia ser mais atual.
Título: O Estrangeiro (Original: L'Étranger)
Autoria: Jacques Ferrandez (Tradução: Carol Bensimon)
Editora: Quadrinhos na Cia. / Companhia das Letras
Sinopse: No dia em que sua mãe morre, Meursault acaba adormecendo no ônibus que o transporta de Argel ao asilo onde ela vivia. Mais tarde, durante o funeral, ele bebe o café oferecido pelo zelador do asilo, tem vontade de fumar e fica perturbado com a luz violenta das lâmpadas elétricas. É sob a influência aguda do sol argelino que o cega e queima que esse trabalhador calmo e reservado cometerá um ato irreparável. Camus apresenta um homem inapreensível, sem ambições ou desejos, que é levado a cometer um crime e que assiste, indiferente, a seu próprio julgamento. A história de Meursault fascinou milhões de leitores pelo mundo, ao oferecer uma reflexão contundente sobre o absurdo da condição humana e questionar a máquina impiedosa da justiça social.
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