Se tratando de um dos mangás mais clássicos da história, Marcha para a Morte! conversa diretamente com o Sul Global por se passar inteiramente nos territórios dos atuais Palau, Papua-Nova Guiné e outros países formados por pequenas ilhas no Pacífico.
A região, chamada de Teatro de Operações do Pacífico no que se refere ao período da Segunda Guerra Mundial, era palco frequente dos incessantes conflitos entre EUA e Japão, havendo marcas até hoje de ocupação e destruição.
A história, escrita por Shigeru Mizuki e baseada em relatos reais, nos leva ao final dos combates, quando um grupo de soldados da infantaria japonesa é ordenado a partir em um ataque desesperado e sabidamente suicida, ou seriam executados no retorno ao Japão. A ideia de morrer em nome de seu país parecia mais razoável que a rendição. O autor foi combatente durante o período e inclusive perdeu seu braço esquerdo em uma explosão na qual foi o único sobrevivente do pelotão.
Qualquer semelhança com a história de Hiroo Onoda, que também já contamos por aqui, não é mera coincidência, assim como o fato do mangá ter sido publicado originalmente em 1973 com um forte discurso anti-guerra e, em 1974, o oficial ter estranhado os rumos do país durante sua ausência, se alinhando ao conservadorismo político que valorizava o orgulho de guerra.
Título: Marcha para a Morte! (Original: 総員玉砕せよ!)
Autoria: Shigeru Mizuki (Tradução: Arnaldo Oka)
Editora: Devir
Sinopse: No final da Segunda Grande Guerra, os soldados de uma companhia da infantaria japonesa são ordenados a morrer em nome do seu país ou serão executados ao regressar da batalha. Marcha para a Morte!, baseado em fatos reais e na experiência do autor enquanto soldado, relata as consequências devastadoras deste episódio para o moral dos soldados. A narrativa poderosa e pungente traduz de forma sensível as circunstâncias difíceis e caóticas, em uma declaração de Mizuki contra a futilidade da guerra e a estupidez da mentalidade militar.
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