Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha decidimos falar um pouco sobre a vida de Lélia Gonzalez. Essa grande pensadora é fundamental para compreendermos o lugar central da mulher negra na América Latina.
Lélia nasceu em 1935 em Belo Horizonte e faleceu em 1994 no Rio de Janeiro. Filha do ferroviário Accacio de Almeida e da empregada doméstica indígena Urcinda de Almeida, ela teve 12 irmãos e mudou-se para o Rio em 1942.
Formou-se em em História, Geografia e Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ). Fez mestrado em Comunicação e doutorado em Antropologia. Além disso, Lélia falava inglês, francês e espanhol, o que a possibilitou frequentar eventos internacionais como o que encontrou com Angela Davis nos EUA.
Foi professora de Cultura Brasileira na PUC-Rio e chefe do departamento de Sociologia e Política, deu aula de Filosofia no Colégio de Aplicação da UEG e mais tarde foi professora no curso de Cultura Negra na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
A antropóloga participou da fundação do Movimento Negro Unificado e do Coletivo de Mulheres Negras N'Zinga. Foi também candidata a deputada federal pelo PT e mais tarde a deputada estadual pelo PDT, tendo nas duas ocasiões ficado como suplente.
Os trabalhos de Lélia Gonzalez são fundamentais para pensarmos o protagonismo da mulher negra na formação socio-cultural brasileira. Sendo assim, é imperativo que resgatemos as ideias dessa grande pensadora. E, como diria Lélia, viva as amefricanas!
Para saber mais:
- Livro Por um feminismo afro-latino-americano, de Lélia Gonzalez, publicado pela Editora Zahar;
- Livro Retratos do Brasil Negro: Lélia Gonzalez, de Alex Ratts e Flavia Rios, publicado pela Selo Negro Edições;
- Livro Pensamento Feminista: Conceitos Fundamentais, organizado por Heloisa Buarque de Hollanda;
- Matéria As origens do Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, de Helô D'Angelo para a Revista Cult;
- Matéria Uma pensadora brasileira, de Raquel Barreto para a Revista Cult;
- Especial Lélia Gonzalez, o feminismo negro no palco da história, como parte do Projeto Memória;
- Ensaio A categoria político-cultural de amefricanidade, de Lélia Gonzalez, republicado na página do Instituto Odara.
Comments