top of page
  • Foto do escritorFelipe Vidal

José "Pepe" Mujica

Atualizado: 17 de nov. de 2020

O pequeno Pepe nasceu no bairro Paso de La Arena, em Montevidéu, no ano de 1935. No seio de uma família de imigrantes, o pequeno Pepe foi logo cedo obrigado a colaborar de forma mais efetiva com sua família, pois perdeu seu pai quando tinha seis anos. Ainda na adolescência, Mujica começou a atuar como florista, que viria a ser sua profissão por muitos anos.


Por forte influência de um de seus tios, Mujica começou sua militância política em 1956 no Partido Nacional, que fazia parte de um contexto bipartidário ao rivalizar com o Partido Colorado. Chegou a exercer liderança na ala jovem e foi assim galgando reputação e prestígio.


No início dos anos 60, Mujica abandonou o Partido Nacional para fundar um movimento mais à esquerda. No entanto, obtendo resultados eleitorais fracos e insatisfeito com a desigualdade social crescente, passou a integrar o Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros (MLN-T) no fim da mesma década.


Como parte da guerrilha clandestina, Mujica foi baleado seis vezes, preso quatro vezes e conseguiu fugir da prisão em duas oportunidades. O saldo desse período conturbado acabou sendo quase 15 anos de sua vida na prisão, sendo anistiado em 1985, com o fim da ditadura militar.


Ainda durante a militância guerrilheira contra a repressão da ditadura militar uruguaia, Mujica conheceu Lucía Topolansky, uma figura muito importante na política atual daquele país, exercendo o cargo de senadora da República. Desde então são companheiros de vida, tendo se casado em 2005.


Com a abertura política, Pepe passou a integrar a Frente Ampla, uma coalizão à esquerda no espectro político uruguaio. Pelo partido é eleito deputado e por duas vezes senador, além de passagem como Ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca. Por fim, em 2009, é eleito Presidente da República Oriental do Uruguai.


Foi no cargo que o uruguaio passou a chamar atenção mundial, principalmente pela sua postura simples e moderna. Mujica seguiu morando em sua chácara, na zona rural da capital, doou a maior parte do salário para fundos sociais e apoiou pautas progressistas como a legalização do aborto, da maconha e do casamento homossexual.


A pobreza e o desemprego tiveram quedas significativas durante seu mandato, além do aumento em 250% do salário mínimo. Outra marca de seu mandato foi a proximidade com movimentos progressistas que emergiam ao poder por toda América Latina, fazendo parte da fundação da UNASUL.


Mujica encerrou seu ciclo presidencial em 2015 e retornou ao seu ritmo de vida pacato, ainda que seja senador desde então. Hoje tem 85 anos, segue dirigindo seu fusca azul, cultivando suas flores e fazendo discursos provocativos contra a acomodação frente nossas próprias misérias sociais e comportamentais.

 

Para saber mais:


- Livro Uma Ovelha Negra no Poder: Confissões e Intimidades de Pepe Mujica, de Ernesto Tulbovitz, publicado pela Editora Bertrand Brasil;


- Livro Mujica: A Revolução Tranquila, de Mauricio Rabuffeti, publicado pela Editora Leya;


- Livro Pepe Mujica: Simplesmente Humano, de Allan Percy, publicado pela Editora Sextante.

Comments


bottom of page