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  • Foto do escritorFelipe Vidal

Independência da Venezuela

Atualizado: 17 de nov. de 2020

Apesar de não ter sido o ponto definitivo de quebra para com o domínio espanhol, que voltaria a ser exercido pontualmente pouco tempo depois, o ano de 1811 é rememorado pelos venezuelanos como o marco no conturbado processo de independência venezuelana, o qual fez parte do complexo contexto de libertação da América espanhola.


No ano de 1808, o clima político na região da atual Venezuela se tornava movimentado devido às trocas de poder na Europa. Napoleão Bonaparte acabava de aprisionar o rei espanhol Fernando VII e deixou no cargo seu irmão José Bonaparte, o José I de Espanha.


Com a instabilidade na administração colonial, a elite crioula venezuelana promoveu um cabildo aberto em Caracas, ou seja, um cabildo onda a participação de crioulos era admitida. O fato é que, até então, as elites locais conseguiam prosperar financeiramente, mas ainda precisavam responder politicamente aos chapetones.


Nesse momento a Capitania Geral se polarizou, com chapetones e comerciantes defendendo a manutenção da submissão à Coroa espanhola, a fim de preservar suas regalias financeiras, e crioulos que defendiam o aumento na autonomia local. É válido pontuar que chapetones e crioulos desse período são também chamados de realistas e patriotas, respectivamente.


Um dos principais líderes dos patriotas era um militar venezuelano chamado Simón Bolívar, até hoje rememorado como herói nacional pela sua relevância nesse processo. O jovem havia recém retornado da Europa, onde recebeu ensinamentos liberais e passou a defender vorazmente a independência americana.


Com a chegada de um novo governador, representando o rei chamado de afrancesado, o ambiente se tumultuou ainda mais, pois a rejeição foi imediata. Já em 1810, os crioulos de Caracas criaram um governo provisório, forçaram a renúncia do enviado e expulsaram espanhóis do território venezuelano.


Autodeclarada como conservadora e defensora do reinado de Fernando VII, a Junta Governativa de Caracas mudou de posição apenas quando foi surpreendida pela tentativa de bloqueio dos portos venezuelanos por parte da Coroa espanhola. Sendo assim, a pauta da independência passou a se tornar relevante na cúpula local.


Enfim, em julho de 1811, foi consumada a independência da Venezuela, em termos legislativos. Convocado por Simón Bolívar, Francisco de Miranda assumiu o exército venezuelano e liderou com poderes quase ilimitados, podendo ser considerado um ditador em seu período.


No entanto, não houve aceitação pacífica por parte da Coroa, a qual atacou violentamente o território recém-independente. Miranda alegou não ter forças para evitar uma derrota massacrante e assinou a rendição, em 1812. Tal documento ficou conhecido como Tratado de La Victoria.


Acreditando que tal rendição era uma traição dos princípios republicanos, Bolívar vai para o exílio na Colômbia e, em 1813, retorna triunfante retomando Caracas do domínio espanhol, sendo aclamado novo presidente e justificando a alcunha de El Libertador.

 

Para saber mais:


- Livro História da Nação Latino-Americana, de Jorge Abelardo Ramos, publicado pela Editora Insular;


- Livro História da América Latina, de Maria Ligia Prado e Gabriela Pellegrino, publicado pela Editora Contexto;


- Livro Francisco de Miranda: Protolíder de la Independencia Americana, publicado originalmente em formato eBook;


- Filme Libertador, dirigido por Alberto Arvelo, disponível para assinantes do Prime Video.

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