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  • Foto do escritorTomás Paixão

Independência da Índia

Atualizado: 12 de ago. de 2023

Depois de quase dois séculos de domínio britânico em seu território, no dia 15 de agosto de 1947, a Índia conquistaria sua independência. Desde o século XVIII, a Companhia das Índias Orientais, que inicialmente tinha sido criada para gerir os negócios comerciais com o subcontinente indiano, já estendia seu domínio para as funções administrativas e políticas da região, sustentadas por um vasto exército particular e a chancela dos britânicos.


A partir de 1858, após o período da Revolta dos Cipaios — que muitos acreditam ser o primeiro movimento de independência da Índia — e fim do governo da Companhia das Índias Orientais, a Grã-Bretanha passaria a administrar boa parte das antigas regiões dominadas pela Companhia, no que ficou conhecido como o Raj Britânico.


A área geográfica do Raj incluía os territórios atuais de Índia, Paquistão, Bangladesh — anterior Paquistão Oriental — e Myanmar — antes chamado Birmânia. A colonização britânica foi marcada por diversas revoltas durante os anos que antecederam a Independência e pela consequente promulgação de decretos que permitiam aos poucos maior participação política de uma elite indiana, mas nunca nos cargos de chefe de governo.


A importante participação de indianos nas fileiras britânicas durante a Primeira Guerra Mundial aumentou muito as reivindicações políticas dos colonizados. Grupos políticos que representavam diferentes grupos sociais e religiosos da sociedade, como o partido Congresso Nacional Indiano e a Liga Muçulmana, ganhavam cada vez mais adeptos às suas demandas por maior autonomia.


Nessa época, surgiriam também os primeiros movimentos políticos de não-violência e de resistência civil, que catapultaram líderes políticos como Mahatma Gandhi, líder religioso hindu, e Muhammad Ali Jannah, líder dos movimentos de minoria muçulmana na Índia. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, as promessas vazias do governo britânico se tornavam cada vez mais questionadas, o que levou à criação do movimento Quit India por Gandhi, exigindo o fim da dominação britânica sobre o país.


A campanha do Quit India, mesmo tendo sido fortemente reprimida, deu origem à gigantescos protestos nos anos seguintes, que deixaram a Índia ingovernável para os colonizadores. Ao mesmo tempo, inflamavam-se os discursos religiosos dentro do país e a divergência das percepções entre os nacionalistas hindus e muçulmanos parecia se agravar. A colonização estava em evidente declínio, mas deixaria marcas que até hoje são visíveis na geopolítica internacional. Diversos conflitos entre hindus e muçulmanos se espalhariam pelas regiões de fronteira entre Índia e Paquistão, especialmente na região de Punjab.


Em 1947, o Ato de Independência da Índia acabaria com o domínio colonial britânico na região e faria surgir dois Estados independentes: a Índia e o Paquistão, que à época também agrupava o território de Bangladesh — independente em 1971. Mais de 70 anos depois, a realidade conflituosa entre os dois vizinhos asiáticos na Caxemira relembra a importância de se conhecer o movimento de independência da Índia.

 

Para saber mais:


- Livro História Concisa da Índia Moderna, de Barbara D. Metcalf e Thomas R. Metcalf, publicado pela Edipro;


- Livro Os Indianos, de Florência Costa, publicado pela Editora Contexto;


- Livro Esta Noite a Liberdade, de Dominique Lapierre e Larry Collins;


- Matéria Por que, há 70 anos, a Índia se partiu. E o que essa divisão ainda representa, de Juliana Domingos de Lima para o Nexo Jornal;


- Vídeo Mahatma Gandhi e a Independência da Índia, do canal Parabólica no YouTube.

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