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  • Foto do escritorTomás Paixão

Independência da Argélia

Atualizado: 17 de nov. de 2020

O processo de independência da Argélia, após 132 anos de dominação francesa, foi marcado por uma sangrenta guerra que durou sete anos e deixou mais de um milhão de mortos. Tal movimento fez parte do importante contexto de descolonização que afetou os impérios ocidentais após a Segunda Guerra Mundial e ficou eternizado como um exemplo de combate anti-imperialista.


Durante a onda neocolonialista do século XIX, a França invadiu e dominou o território argelino, que logo veio a se tornar a mais importante colônia francesa por causa da agricultura, da migração e, posteriormente, das fontes de petróleo descobertas na região do Saara, em 1950.


No entanto, o domínio francês nunca foi aceito na Argélia, pois uma minoria francesa imperava sobre a maioria do povo argelino, que era tratado como estrangeiro no próprio país. O processo de independência deu os primeiros passos quando os filhos das elites argelinas foram autorizados a estudar na França e voltaram com um discurso político contrário à colonização francesa na Argélia.


A partir de então, a ideia de uma luta pela independência começou a ganhar espaço e jovens argelinos criaram a Frente de Libertação Nacional (FLN), a qual deu início a uma insurreição armada contra o domínio francês, em 1954. Num panfleto, os rebeldes conclamavam à criação de um Estado independente na Argélia, cujo sistema social seria uma mescla de social-democracia com islamismo e garantiria também direitos iguais a todos os cidadãos.


O governo francês tentou reprimir a revolução de forma cruel, realizando torturas e massacres. Chegou a enviar 500 mil soldados para desestabilizar os rebeldes, o que fez com que o ódio dos argelinos e a pressão internacional aumentassem cada vez mais.


Após longos anos de guerra, o presidente francês Charles de Gaulle sucumbiu à pressão e aceitou negociar com a FLN. Realizou-se então um referendo em que seis milhões de argelinos votaram a favor da independência, contra apenas 16 mil em prol da manutenção colonial.


Assim, no dia 5 de julho de 1962, foi assinado o termo reconhecendo a soberania política da Argélia. Em seguida, os políticos argelinos assumiram o poder em Argel e a maioria dos europeus deixou o país.

 

Para saber mais:


- Livro A Revolução Argelina, de Mustafa Yazbek, publicado pela Editora Unesp;


- Livro O Modelo Argelino de Guerra de Guerrilha (1954-1962), de Abdelhafid Dib, publicado pela Edições Nosso Conhecimento;


- Vídeo Guerra da Argélia, no canal Nerdologia no YouTube;


- Filme Fora da Lei, dirigido pelo cineasta argelino Rachid Bouchareb.

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