Desde a década de 50, surgiram em Angola três grupos principais que visariam a luta pela independência do país, cada qual com sua vertente política e apoiado por certo grupo de interesse estrangeiro.
Movimento Popular de Libertação da Angola (MPLA), apoiado pela União Soviética e por Cuba;
União para a Independência Total de Angola (UNITA), apoiada inicialmente pela China e posteriormente por África do Sul e EUA;
Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), apoiada pelos EUA e pelo Zaire.
Com a decisão portuguesa de retirada das tropas da África, em 1974, e consequente Independência Angolana, em 1975, aconteceria no país uma sangrenta e duradoura Guerra Civil, que oporia os três grupos revolucionários do país e os interesses dos hegemons internacionais na busca pelo poder.
Nos primeiros anos de conflito, a UNITA e a FNLA passaram a lutar juntas contra o MPLA, que tinha atingido o poder em grande parte de Angola. Com o aumento das colaborações soviéticas e cubanas ao governo da MPLA e consequente perda de territórios da aliança FNLA-UNITA, os líderes da FNLA retiraram-se de Angola.
Por outro lado, sob a liderança de Jonas Savimbi, a UNITA não desistiria de sua luta. A partir das bases que ainda possuía no interior de Angola, a UNITA promoveu uma estratégia de guerrilha contra o governo da MPLA, que duraria até a morte de Savimbi, em 2002. Nesse período, algumas tréguas e cessares fogo foram assinados, mas nenhum que conseguisse pôr fim ao conflito que vitimou milhares de angolanos.
Terminando oficialmente apenas na virada do século, a Guerra Civil Angolana acabou sendo um espelho da Guerra Fria, que se alastrou ao longo do século XIX, uma vez que contou com intensas interferências estrangeiras e influenciou outros conflitos em países vizinhos.
Para saber mais:
- Livro História da África, do professor José Rivair Macedo, publicado pela Editora Contexto;
- Livro A Guerra Civil em Angola: 1975-2002, de Justin Pearce, publicado em Portugal pela editora Tinta da China;
- Matéria A história secreta da ideologia da UNITA, no portal AngoNotícias.
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