Considerado o pai da Sociologia Crítica brasileira, Florestan Fernandes foi professor, escritor e político. Sua tese A integração do negro na sociedade de classes foi fundamental para romper com a ideia do que ele mesmo chamou de Democracia Racial.
Nascido em São Paulo, Florestan é filho de pai desconhecido e de Dona Maria Fernandes, lavadeira e trabalhadora doméstica. De origem humilde, apostou na educação como seu caminho para uma ascensão social. Fez vestibular para a faculdade de filosofia da USP, onde ingressou aos 21 anos. Com o sonho de ser Professor, sempre teve de conciliar o trabalho com o estudo, durante todo seu percurso acadêmico.
Em sua tese, Florestan não só denuncia o mito da Democracia Racial, mas sistematiza, reconhece e analisa as estratégias do movimento negro brasileiro, as suas demandas e a integração do negro na sociedade brasileira. Um dos principais argumentos de sua conclusão, são tão atuais como se tivesse escrito hoje:
Enquanto não houver uma democracia racial de fato, não haverá democracia no Brasil.
Como político, foi um dos fundadores do PT e deputado na constituinte de 1988, sendo decisivo na elaboração da Carta Magna. Ao lado de Paulo Freire e Anísio Teixeira, é um dos mais importantes educadores de nossa história e um dos mais ativos na luta pela educação universal pública.
Para saber mais:
- Livro A Revolução Burguesa no Brasil: Ensaio de Interpretação Sociológica, de Florestan Fernandes, publicado pela Editora Contracorrente;
- Livro Mudanças sociais no Brasil, de Florestan Fernandes, publicado pela Global Editora;
- Livro O negro no mundo dos brancos, de Florestan Fernandes, publicado pela Global Editora;
- Livros A integração do negro na sociedade de classes (Volume 1) e A integração do negro na sociedade de classes (Volume 2), compilando a tese de Florestan Fernandes, publicados pela Editora Globo;
- Matéria A atualidade das ideias do sociólogo Florestan Fernandes, em 3 temas, de Juliana Domingos de Lima para o Nexo Jornal.
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