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  • Foto do escritorFelipe Vidal

Diários de Raqqa

Atualizado: 11 de ago. de 2023

Acompanhamos estupefatos as notícias do avanço do autodenominado Estado Islâmico pela região do Iraque e da Síria no passado recente. A situação chocou a todos os minimamente empáticos de uma maneira diferente, seja pela brutalidade, pelo descaso da comunidade internacional ou pelo uso político do extremismo religioso. Fato é que, para aqueles que não estavam lá, não passou de uma série de notícias. Vivemos absurdos diários muito de perto em nossas vidas, especialmente os indivíduos mais marginalizados pela sociedade, mas dificilmente conseguimos imaginar o que é estar em um ambiente de guerra aberta, onde literalmente do dia para a noite tudo aquilo que te importa é retirado de você, incluindo entes queridos e sonhos.


Cidade de Raqqa em ruínas após ser palco da Guerra Civil Síria e sofrer intensos bombardeios estrangeiros

Nos provocar é a proposta de Diários de Raqqa, que compila uma série de relatos feitos in loco por um jovem que viu sua vida despedaçada com a chegada do grupo extremista na cidade de Raqqa, no centro-norte sírio, onde habitava. Ao se encontrar sozinho em um ambiente que estava longe de se parecer com a Raqqa que conhecia, o jovem sírio confeccionou um diário e se correspondeu clandestinamente com a rede britânica BBC, quando já integrava o movimento pela liberdade Al-Sharqiya 24, a fim de compartilhar seu pedido de socorro sufocado.


Combatentes das Forças Democráticas Sírias celebram nas ruas de Raqqa a expulsão do Estado Islâmico

Um dos palcos principais da Guerra Civil Síria, a histórica cidade de Raqqa foi tomada, ainda em 2013, por militares de oposição ao governo central de Bashar al-Assad, sendo posteriormente invadida por membros do autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS) que se encontrava em pleno crescimento e alcançaria um efetivo de cerca de 100 mil homens em seu auge. Após a proclamação do califado, Raqqa se tornou a capital do incipiente regime e passou a ser alvo frequente de ataques das potências mundiais que tomaram parte no conflito, como EUA e Rússia. Somente em 2017 a cidade seria oficialmente liberta do ISIS por forças curdas, ainda que a vida de quem ali habitava nunca mais tenha voltado ao que consideravam normal.

 

Título: Diários de Raqqa (Original: The Raqqa Diaries: Escape from "Islamic State")

Autoria: Samer (pseudônimo) (Tradução: Fábio Bonillo)

Editora: Globo Livros

Sinopse: Samer, pseudônimo do autor, hoje jurado de morte pelo Estado Islâmico por ter feito este diário chegar até as mãos de milhares de leitores ao redor do mundo, era um jovem de vinte anos que frequentava a universidade, estava apaixonado, tinha uma família unida, muitos amigos e comemorava seu primeiro emprego. A vida não poderia ser mais luminosa. Até o dia em que o Estado Islâmico toma a cidade onde Samer vivia, e ele, impotente diante da violência e das restrições que lhe tiraram a liberdade e ceifaram várias das pessoas que mais amava, viu como única saída preencher as páginas de um diário com tudo que via e sentia. Seu relato sincero e contundente é um documento indispensável para que o mundo entenda, de uma vez por todas, os perigos do extremismo.


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