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  • Foto do escritorTomás Paixão

Com Fanon, a luta antirracista e anticolonial não se limita ao mundo das ideias

Atualizado: 17 de nov. de 2020

O dia 14 de junho de 1830 marca o início da colonização francesa na Argélia. A independência seria conquistada apenas em 1962, por meio de uma guerra que deixaria mais de 300.000 mortos. Do lado da resistência argelina, o nome de Frantz Fanon será imortalizado.


Nascido na Martinica, território ultramarino francês, o psiquiatra e filósofo publica seu primeiro livro em 1952, Pele Negra, Máscaras Brancas. No ano seguinte, é nomeado diretor de um hospital psiquiátrico na Argélia, onde se torna militante da Frente de Libertação Nacional (FLN).


A obra de Fanon ecoa até os dias de hoje como um dos cânones do pensamento pós-colonial. Nela, o autor busca compreender as raízes do racismo contra o negro na França e apontar como as ideologias que ignoravam a cor em seus debates acabavam fortalecendo o racismo que negavam.


Apresentada logo no início do texto, a afirmação de que “o negro é um homem negro” dá a tônica da obra. A luta do negro contra o colonialismo e o racismo não está centrada na busca por uma essência negra diferenciada da branca, mas pelo reconhecimento de sua essência como homem.


O colonialismo faz com que o negro não possa se constituir como sujeito de sua própria história, por meio de um processo que o autor chama de "alienação colonial". O negro se encontra preso nas construções do ser negro criadas pelos colonizadores brancos.


Para romper esse ciclo e se tornar agente da própria história, no entanto, não adianta que o negro apenas mude sua visão de mundo. A luta deve também se dar no mundo material. Fanon cumpre sua teoria quando participa da Guerra de Independência Argelina.


Após a participação na Argélia, o pensador martinicano também percorreu outros países do continente buscando expandir seus ideais pan-africanistas. O diagnóstico de leucemia aos 35 anos e sua morte no ano seguinte, porém, interromperiam bruscamente seus sonhos.


 

Para saber mais:


- Livro Pele Negra, Máscaras Brancas, de Frantz Fanon, publicado pela EDUFBA;


- Livro Racismo Estrutural, do professor Silvio Almeida, publicado pela Pólen Livros;


- Vídeo Introdução ao pensamento de Frantz Fanon, do professor Deivison Nkosi para o canal do labExperimental.org no YouTube.

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