Com milhares de anos de história, o mundo árabe engloba uma pluralidade fascinante de culturas, sendo reconhecido por suas tradições, pela culinária, língua, religião e muito mais. Porém, por conta do imaginário criado pela mídia ocidental, acabamos assumindo uma visão muito contaminada do que seria a vida na Ásia Ocidental.
Buscando então recriar o que se conhece sobre o mundo árabe, mas dessa vez sob um olhar mais sensível às nuances culturais, apresentamos a você o cinema árabe através de uma seleção de filmes que nos fazem refletir sobre a história, os costumes e a sociedade da região.
Os Afortunados (2017)
Dirigido por Sofia Djama, o filme se passa em Argel, capital da Argélia, poucos anos depois do final da guerra civil que assolou o país por 10 anos. O casal Amal e Samir decide celebrar seu vigésimo aniversário de casamento em um restaurante. Durante o trajeto, ambos evocam a Argélia de seu tempo: Amal, através da perda de ilusões, Samir pela necessidade de se readaptar.
Campos de Liberdade (2018)
Na Líbia pós Primavera Árabe e retirada de Muammar Gaddafi do poder, a diretora Naziha Arebi acompanha um time feminino de futebol que luta para ganhar reconhecimento e respeito da população. Os desafios que as jogadoras enfrentam diariamente são muitos, desde a escassez de recursos, até ter que que enfrentar alguns grupos que querem impedi-las de jogar. As gravações do documentário duraram quatro anos, de 2012 a 2016, e acabaram registrando a posição das mulheres na sociedade líbia como um todo.
Meu Tecido Preferido (2018)
Primeiro longa-metragem da premiada diretora síria Gaya Jiji, Meu Tecido Preferido se passa em Damasco, capital da Síria, no ano de 2011, quando os primeiros estágios da guerra civil começam a surgir. Nahla, uma jovem de 25 anos, se divide entre seu desejo de liberdade e suas esperanças de deixar o país após um casamento arranjado com um sírio que emigrou para os EUA. No entanto, ele prefere sua irmã mais jovem e mais dócil. Entristecida por não ter sido escolhida, Nahla se aproxima de sua vizinha, Madame Jiji, que acaba de se mudar para o seu prédio para abrir um bordel.
Sobre Pais e Filhos (2017)
O documentário foi vencedor do Grande Prêmio do Júri de Documentário da seção World Cinema no Festival de Sundance e indicado ao Oscar de melhor documentário longa-metragem de 2019. Acompanhamos as filmagens que o diretor Talal Derki fez ao acompanhar a rotina de uma família islamita radical na Síria, por dois anos. Sua câmera foca em especial na vida das crianças Osama, de 13 anos, e Ayman, de 12, fornecendo uma rara visão rara sobre o que significa crescer em um califado islâmico.
Paradise Now (2005)
Dirigido por Hany Abu-Assad, esse longa conta a história de Khaled e Said, dois amigos de infância que são recrutados como homens-bomba em Tel Aviv, capital de Israel. Eles acabam separados depois de uma série de acontecimentos e um deles precisa concretizar os planos, enquanto o outro tenta convencê-lo a desistir.
Valsa com Bashir (2008)
Primeiro longa metragem de animação a ser nomeado para um Oscar de melhor filme estrangeiro, Valsa com Bashir traz de maneira espetacular a triste história da Guerra do Líbano de 1982. A história é contada pelo olhar do próprio diretor do filme, Ari Folman, um veterano de guerra que por muito tempo tentou reprimir as memórias que tinha do conflito.
Tempestade de Areia (2016)
Durante uma festa de casamento em uma vila de beduínos em Israel, Jalila se vê na embaraçosa posição de ser anfitriã da união do marido com uma segunda mulher, que é muito mais jovem que ela. Sua filha Layla, no entanto, está preocupada com outro problema: seu relacionamento com Anuar, um garoto da tribo vizinha, foi descoberto. Enquanto o pai tenta casar Layla a força com outro rapaz para não envergonhar a família, Jalila fica dividida entre os valores religiosos, a preocupação com a filha e a mágoa pelo casamento do marido.
Para você conhecer ainda mais sobre o cinema árabe, recomendamos também a Mostra Mundo Árabe de Cinema em Casa, que está acontecendo desde o dia 28 de agosto e vai até 27 de setembro.
Além disso, para aqueles que se sentem confortáveis vendo filmes em inglês, deixamos também como recomendação a plataforma aflamuna, criada por um grupo de cineastas árabes durante a pandemia. Nela, os títulos são disponibilizados por um tempo limitado e renovados a cada 15 dias.
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